Comprar na fronteira – especialmente em pontos como Ciudad del Este (Paraguai), Rivera (Uruguai) ou alguns free shops – ainda é uma opção atraente para muitos brasileiros. Mesmo com o dólar alto, há categorias onde a diferença de preço com o Brasil compensa (por impostos, markup e promoções locais). Abaixo preparei um guia completo, prático e direto ao ponto: o que comprar, por quê, exemplos de produtos/ marcas, riscos e dicas para não errar.
1) Smartphones: iPhone (Apple) e topos de linha Android
Por que vale a pena: smartphones topo de linha costumam ter margens grandes no varejo brasileiro (impostos + markup). Em bordas comerciais há recorrentes promoções e preços próximos ao preço oficial internacional, gerando diferenças relevantes.
Exemplos concretos: iPhone 15 (modelo base 128 GB) — há relatos de lojas na fronteira vendendo modelos por preços em dólar que, convertidos, podem sair milhares de reais abaixo do preço praticado no Brasil na data da busca.
Pontos a considerar
- Verifique IMEI/serial, caixa lacrada e nota fiscal (quando houver).
- Garantia Apple: geralmente internacional em parte dos modelos, mas verifique que o lote é vendido para o mesmo mercado (algumas versões têm diferenças de rede).
- Se for usar a cota, atenção ao valor somado dos outros bens (veja seção sobre alfândega).
2) Notebooks e Macs: MacBook Air/Pro, notebooks gamer
Por que vale a pena: Macs e notebooks premium (Apple, Dell XPS, Lenovo ThinkPad, Razer, Asus ROG) têm grande diferença de preço entre Brasil e países fornecedores; lojas da fronteira frequentemente apresentam modelos com preços em dólar/US$ competitivos. Ferramentas de comparação mostram que, em muitos casos, o preço estrangeiro convertido ainda compensa.
Exemplos concretos
- MacBook Air M4 / MacBook Pro: listas de lojas paraguaias mostram ofertas em US$ que, convertidas, costumam ficar abaixo do preço oficial brasileiro.
Pontos a considerar
- Verifique voltagem, adaptadores e layout de teclado (às vezes vem em layout internacional).
- Garantia internacional nem sempre cobre tudo; leia a política da Apple/Marca.
- Teste antes de sair da loja (boot, teclado, tela).
3) Fones de ouvido e acessórios Apple / áudio (AirPods, Beats) e marcas premium
Por que vale a pena: AirPods/Headphones topo de linha têm preços bem mais amigáveis fora do Brasil em tabelas comparativas — desconto real mesmo com dólar valorizado em muitos casos.
Exemplos: AirPods Pro (2ª/3ª geração), Beats Studio, Sony WH-1000XM5, Bose.
Pontos a considerar
- Abra a embalagem na loja e teste o par (emparelhamento, cancelamento de ruído).
- Confirme garantia e procedência.
4) Perfumes e cosméticos importados (Chanel, Dior, Paco Rabanne, Carolina Herrera)
Por que vale a pena: perfumes importados de marcas de luxo normalmente têm markup alto no varejo brasileiro; na fronteira é possível encontrar frascos EDP/EDT de marcas consagradas por preços significativamente menores. Guias de compras destacam perfumes como um dos itens mais procurados.
Exemplos concretos:
- Chanel Bleu, Dior Sauvage, Paco Rabanne 1 Million, Carolina Herrera Good Girl — versões EDP 50/100 ml.
Pontos a considerar
- Atenção a falsificações: compare lacres, código de barras, validade e teste cheiro. Prefira lojas reconhecidas (shopping centers, lojas com caixa e nota).
- Peças pequenas e fáceis de transportar — ajudam na margem da cota.
5) Bebidas e destilados (whiskies, vinhos, espumantes)
Por que vale a pena: bebidas importadas (Johnnie Walker, Chivas, The Macallan, champagnes) costumam ser mais baratas em free shops e lojas da fronteira. É um item que pesa pouco em volume/valor e tem bom ganho por litro. Um comparativo em guias locais mostra reduções notáveis em exemplos concretos (p.ex. Johnnie Walker Double Black).
Exemplos: Johnnie Walker, Chivas, The Macallan, Jack Daniel’s, champagnes com desconto.
Pontos a considerar
- Respeite limites quantitativos (bebidas têm limites dentro da cota).
- Transporte: cuide do lacre e da posição na bagagem para evitar quebra.
6) TVs, monitores e eletrônicos grandes (quando há promoção)
Por que vale a pena: TVs e monitores às vezes aparecem em promoções significativas; mas frete e garantia são fatores importantes. Nem sempre compensa — pesquise. Vídeos e comparativos mostram que, para alguns tamanhos/modelos, a economia existe, mas é variável.
Pontos a considerar
- Transporte e garantia técnica no Brasil: itens pesados podem ter custo logístico que anula a vantagem.
- Confira política de troca/assistência.
7) Câmeras, lentes e drones (Canon, Nikon, Sony, DJI)
Por que vale a pena: equipamentos fotográficos e drones topo de linha têm redução de preço em lojas fronteiriças; a diferença pode ser vantajosa para fotógrafos/profissionais.
Pontos a considerar: verificar serial, selo, acessórios inclusos e nota fiscal; garantia internacional varia por fabricante.
8) Roupas e sneakers de marcas (Nike, Adidas, Puma, Tommy Hilfiger)
Por que vale a pena: modelos específicos (coleções internacionais, edições limitadas) e calçados esportivos frequentemente têm preços melhores. Mas atenção à originalidade — marcas famosas são alvo de falsificações e réplicas.
Dica: compre em lojas oficiais/concorrentes com boa reputação; peça nota.
9) SSDs, cartões de memória, periféricos e peças de informática
Por que vale a pena: itens como SSD NVMe, SSDs externos, pendrives e cartões microSD costumam ter boa relação custo-benefício na fronteira; são fáceis de transportar e têm alta liquidez.
Pontos a considerar: prefira marcas reconhecidas (Samsung, Western Digital, SanDisk, Kingston) e teste/valide embalagem.
10) Relógios e bijuterias de marca (com cautela)
Por que vale a pena: relógios de marcas conhecidas podem ter diferença de preço, mas muito cuidado com autenticidade e procedência. Prefira lojas oficiais e peça nota fiscal.
Alfândega, limites e impostos — o que você precisa saber (essencial)
- Regras gerais (Receita Federal): a cota de isenção costuma ser US$ 1.000 para entradas por via aérea/marítima e US$ 500 para entradas por via terrestre (cada viajante tem sua cota). Itens além da cota devem ser declarados e podem sofrer imposto de importação (ex.: 50% sobre o excedente). Sempre confira o guia oficial da Receita antes da viagem.
- Declaração: se ultrapassar a cota, use a Declaração de Bens do Viajante (DBV) e pague o imposto — não declarar pode resultar em multas e apreensão.
Principais riscos e como reduzir problemas
- Produtos falsos ou recondicionados vendidos como novos — compre em lojas reconhecidas, peça nota e confira selo/caixa e códigos. Para perfumes e cosméticos, cheque lote e validade. (Guias de compras alertam para esse tema).
- Garantia limitada — muitos fabricantes não cobrem assistência internacional para produtos comprados em certos países; confirme política de garantia antes.
- Problemas com alfândega — some todos os itens no cálculo da cota e declare se necessário. Há risco real de multa se omitido.
- Versões regionais / incompatibilidade — celulares e eletroeletrônicos podem ter bandas/voltagem diferentes; verifique compatibilidade.
- Parcelamento e câmbio — pagar em dólar, real ou cartão estrangeiro muda o preço final; pergunte forma de pagamento e comissão de cartão.
Dicas práticas para conseguir o melhor negócio
- Pesquise antes: compare preços oficiais no Brasil e em lojas da fronteira (fotos de vitrines, sites e reputação). Use buscadores locais e comparadores.
- Peça nota/fatura: facilita caso precise acionar garantia ou declarar.
- Teste na loja: ligue o aparelho, emparelhe fone, verifique tela/teclado.
- Negocie: muitos lojistas na fronteira aceitam negociação, desconto à vista ou pagamento em espécie.
- Leve pouco volume de itens grandes: TV/geladeira/forno raramente compensam por logística.
- Cheque a reputação do vendedor: prefira shoppings ou lojas com avaliações.
- Tenha limites da cota em mente: planeje o que fica na cota de cada viajante. (Receita Federal).
Resumo rápido (o que comprar primeiro)
- Perfumes e cosméticos de grife — alta probabilidade de economia.
- Smartphones (iPhone / top Android) — frequentemente a melhor economia por aparelho.
- Notebooks e Macs — bom potencial de economia em modelos topo.
- Fones/headphones premium — forte candidato a compra inteligente.
- Bebidas importadas — economia por litro é atraente.
Dólar Alto
Mesmo com o dólar alto, muitos produtos importados ainda valem a pena na fronteira — sobretudo eletrônicos (celulares, notebooks), perfumes, fones premium e bebidas — por conta de preços internacionais mais próximos ao custo real e menor markup local. A chave é pesquisar, comprar em lojas confiáveis, exigir nota, controlar a cota da alfândega e verificar garantia/compatibilidade do produto.
Um bom site para consultar e compara preços de compras no Paraguai é o www.comprasparaguai.com.br.





